O governo não tem nenhuma política que tenha início, meio e fim para tratar do meio ambiente. Deveria mudar o nome do ministério para Ministério do Fim do Meio Ambiente (MFA).

O ministro Ricardo Salles consegui desmontar o sistema de proteção ambiental do país, com aumento de desmatamento, dos garimpos e das queimadas, além disso, quis liberar a exploração de manguezais e restingas, felizmente uma pessoa sensata do STF derrubou a decisão do ministro.

Chegamos ao ponto de não ter recursos para manter os brigadistas no Pantanal para debelar o fogo e ainda por cima fomos obrigados a ouvir sobre “o boi é o bombeiro do pantanal.”

Desde abril de 2019 o governo esnobou os recursos vindos da Noruega e Alemanha, quando um decreto presidencial extinguiu os órgãos de governança do Fundo Amazônia. O Fundo Amazônia é um mecanismo de financiamento criado para arrecadar recursos que são investidos, em ações de prevenção, monitoramento e combate ao desmatamento na Amazônia, além de ações de conservação e do uso sustentável do bioma.

Até o fim de 2018, o Fundo Amazônia recebeu aproximadamente R$ 3,4 bilhões em doações, sendo 93,8% provenientes do governo da Noruega, 5,7% do governo da Alemanha e 0,5% da Petróleo Brasileiro S.A. (Petrobras).

A Floresta Amazônica encerra uma riqueza de reserva de água subterrânea em 1,3 bilhões de quilômetros quadrados de aquíferos porosos existentes, ou seja, trata-se de um potencial econômico ainda não precisamente mensurado em sua totalidade. 

Adicionalmente, existe uma capacidade de sequestrar carbono que calcularemos abaixo, isto é, se a floresta permanecer de pé. 

Um grupo mundial de economistas coordenado pelo americano Joseph Stiglitz e pelo britânico Nicholas Stern estimou que para cumprir os compromissos do Acordo do Clima de Paris o preço da tonelada de carbono deveria estar entre US$ 40 a US$ 80 em 2020 e US$ 50 a US$ 100 em 2030, segundo um estudo do Banco Mundial.

O valor da Floresta Amazônica, considerando apenas os serviços da floresta de estocagem e sequestro de CO2, tem um valor estimado pelos pesquisadores de 3 trilhões de dólares e isso só pela regulagem do clima global que a floresta nos proporciona. O preço da tonelada de CO2 no mercado internacional foi considerado de US$ 10, e é a partir destes dados que foi feita a conta.

Ou seja, é preciso criar formas de transformar o valor da floresta em pé no alicerce de uma economia baseada em manter ao invés de destruir este ecossistema. O serviço ambiental mais próximo de poder ser transformado em ganhos econômicos diz respeito à capacidade da floresta de estocar carbono, para evitar o efeito estufa. 

A Floresta Amazônica, com seus 5.500.000 km², para ser considerada Patrimônio da Humanidade necessita cobrar o sequestro de carbono do resto do mundo proporcional a sua emissão de CO2.

Se considerarmos um desmatamento anual de cerca de 28 mil km2/ano na Amazônia, por exemplo, se traduz em cerca de 1.3Gt. das emissões anuais de CO2, que pode ser avaliado em aproximadamente US$ 20 bilhões/ ano.

Este seria o preço do custo de oportunidade a ser cobrado do resto do mundo sem considerar o valor dos “rios voadores” que favorecem os países da América do Sul.

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