De 1987 a 1994 tivemos 6 planos econômicos, somente o último deu resultado na redução da inflação, que foi o Plano Real que celebrou este ano 30 anos.

No governo do presidente José Sarney tivemos o Plano Bresser do ministro Luis Carlos Bresser Pereira, em seguida com o ministro Maílson da Nobrega tivemos o Plano Feijão com Arroz e o Plano Verão, na sequência a ministra Zelia Cardoso de Mello, no governo de Fernando Collor de Melo, implementou o Plano Collor I e II.

Nenhum deu certo, vejamos porque:

O Plano Bresser foi implementado (ano 1987) em um contexto de grave crise econômica, caracterizado por altas taxas de inflação, déficit fiscal elevado, instabilidade cambial e baixo crescimento econômico.

Os objetivos do Plano Bresser era reduzir a inflação inercial, estabilizar a economia, e reforçar o controle sobre os preços e suas variações.

Não deu certo pela falta de ajuste fiscal consistente, pela incapacidade de cortar gastos e aumentar as receitas.

Ainda no governo Sarney foi implantado o Plano Feijão com Arroz (ano 1988) e o Plano Verão.

O principal objetivo do Plano Feijão com Arroz era de reduzir as expectativas inflacionárias e criar uma base para a estabilização econômica.

As razões pelas quais o plano não foi totalmente eficaz foram devido a inflação no Brasil, naquela época, era fortemente inercial, devido à indexação automática de preços e contratos. O plano não tinha mecanismos claros para romper essa dinâmica, o que dificultou a desaceleração da inflação e não conseguiu mudar significativamente as expectativas dos agentes econômicos. Assim, os reajustes automáticos continuaram a pressionar os preços.

O Plano Verão (ano 1989) foi um conjunto de medidas econômicas lançado com o objetivo central de combater hiperinflação que assolava o Brasil na época, em um contexto de crise econômica profunda, instabilidade política e baixa substituição das políticas econômicas. O Plano Verão representou a última tentativa do governo Sarney de estabilizar a economia.

Não teve sucesso por não ter atacado as causas estruturais da inflação, como o déficit público e a indexação econômica.

Em 1990 é lançado o Plano Collor I sendo as principais medidas o confisco de ativos financeiros.

Todos os depósitos em contas correntes, cadernetas de poupança, aplicações financeiras e outros ativos superiores a 50 mil cruzados novos foram bloqueados.

Os valores bloqueados seriam devolvidos em parcelas ao longo de 18 meses, corrigidos monetariamente, mas isso representou a perda temporária de liquidez para milhões de brasileiros.

O objetivo era reduzir drasticamente a quantidade de dinheiro em circulação e, assim, conter a inflação.

Os preços de bens e serviços e os salários foram congelados para impedir novos reajustes que alimentassem a inflação inercial.

Foi implementado um sistema de tabelamento de preços, que visava controlar a inflação diretamente.

Foram reduzidas as barreiras tarifárias e abertura para importações, com o objetivo de aumentar a competição e a eficiência da economia brasileira.

Houve a adoção de um câmbio flutuante controlado, com a intenção de evitar pressões inflacionárias vindas do setor externo.

Os resultados do Plano Collor I:

A inflação foi temporariamente reduzida, caindo de mais de 80% ao mês para menos de 10% ao mês em abril de 1990.

A retirada de grande parte do dinheiro em circulação causou uma contração abrupta da demanda agregada.

O congelamento de preços gerou distorções econômicas, com desabastecimento em alguns setores e aumento de práticas especulativas.

Empresas enfrentaram dificuldades para operar devido à falta de acesso a recursos financeiros, o que afetou a produção.

A contração econômica resultante do bloqueio de recursos e da redução do consumo levou o PIB a encolher cerca de 4% em 1990.

O desemprego aumentou, agravando os problemas sociais.

A inflação voltou a acelerar rapidamente no final de 1990, à medida que os preços eram descongelados e as distorções no mercado se acumulavam.

O ajuste fiscal prometido não foi implementado de forma consistente, e o déficit público continuou elevado, alimentando a inflação.

O plano focou excessivamente na restrição monetária, mas não abordou as causas estruturais da inflação, como o descontrole fiscal e a indexação.

Chegamos ao ano de 1991 com a implantação do Plano Collor II

Todos os preços de bens e serviços foram congelados, assim como os salários e tarifas públicas.

Os contratos ficaram sujeitos a tabelamentos rígidos.

O câmbio foi fixado como parte da estratégia de estabilização, buscando evitar pressões inflacionárias externas.

As tarifas públicas foram reajustadas para corrigir distorções acumuladas, mas logo após os ajustes iniciais, ficaram congeladas.

Promessa de cortes nos gastos públicos e de maior disciplina fiscal.

A intenção era reduzir o déficit público como forma de combater as causas estruturais da inflação.

Resultados do Plano Collor II:

O plano conseguiu reduzir temporariamente a inflação mensal, que caiu para menos de 10% ao mês nos primeiros meses de 1991.

Houve algum alívio momentâneo em termos de controle de preços e expectativas inflacionárias

Como no Plano Collor I, a inflação voltou a acelerar rapidamente após o congelamento de preços ser rompido.

O congelamento de preços e salários, combinado com taxas de juros elevadas, levou a uma redução da atividade econômica e agravou a recessão.

Empresas enfrentaram dificuldades financeiras devido ao controle de preços, enquanto a população lidava com o desabastecimento e aumentos irregulares.

O governo não conseguiu implementar cortes de gastos suficientes para reduzir o déficit público, o que continuava alimentando a inflação.

O resultado inflacionário nestes 5 planos foram redondamente:

Ano de 1987 a inflação foi de 416%,

Ano de 1988 a inflação foi de 934%,

Ano de 1989 a inflação foi de 1.782%,

Ano de 1990 a inflação foi de 1.476%,

Ano de 1991 a inflação foi de 480%,

Ano de 1992 a inflação foi de 1.158%,

Ano de 1993 a inflação foi de 2.477% e no

Ano de 1994 a inflação foi de 916%.

A estabilização definitiva da economia brasileira só seria alcançada, com o Plano Real, lançado em 1994, no governo de Itamar Franco tendo como ministro da fazenda Fernando Henrique Cardoso.

Isto posto, o principal motivo do fracasso dos planos foi a necessidade de ajuste fiscal.

O déficit do Tesouro Nacional deve terminar 2014 em 0,7% do PIB, sem contar a despesa com juros, na ordem de 7% do PIB.

Sem ajuste sério do orçamento, a economia sofrerá as consequências na disparada dos juros de mercado, urge a divulgação dos cortes esperada há semanas.

Veja mais artigos sobre Economia clique aqui

Artigo LinkedIn

Precisa de ajuda com as suas finanças?