Temos acompanhado na mídia muitos casos de Greenwashing na venda de créditos de carbono, alguns até involuntários por parte do comprador do crédito.
A compensação de crédito de carbono é uma prática utilizada para neutralizar as emissões de gases de efeito estufa (GEE) que não podem ser reduzidas imediatamente, algumas empresas e organizações apresentam práticas ambientais falsas ou exageradamente positivas caracterizando o Greenwashing.
As certificadoras de créditos de carbono podem não alcançar verificações rigorosas, levando à emissão de créditos para projetos que não oferecem benefícios reais ou adicionais ao meio ambiente. Isso pode ocorrer devido à falta de experiência ou mesmo por falhas na monitorização. A manutenção contínua e a monitorização dos projetos são essenciais para garantir que eles realmente reduzam ou removam emissões conforme prometido. Certificadoras que não conseguem monitorar adequadamente os projetos podem emitir créditos que não correspondem a reduções reais de emissões.
Recentemente surgiu outro problema a certificação de projetos, que utilizam terras griladas na região sul do Amazonas, uma das regiões mais desmatadas e degradadas, vendidos para várias empresas multinacionais.
O problema todo se resume a materialidade e a adicionalidade, a primeira pela existência do projeto e a segunda que os projetos devem representar reduções de emissões que não teriam ocorrido de outra forma.
Projetos sem o financiamento de créditos de carbono não são adicionais, mas podem ser erroneamente certificados.
Isto posto, as soluções são, rastreabilidade e monitoramento. Cada árvore no momento do plantio deve ser geolocalizada e equipada com um dispositivo RFID (Radio Frequency Identification), permitindo assim sua identificação única e rastreamento contínuo ao longo todo o ciclo de vida.
A rastreabilidade individual, combinada com a geolocalização e provas fotográficas do plantio, garante total transparência e controle sobre as operações florestais, facilitando a auditoria e a conformidade com normas ambientais. Isso assegura que todas as etapas do manejo sustentável sejam verificáveis e confiáveis, fortalecendo a credibilidade e a eficácia do projeto.
O monitoramento, proposto, utiliza câmeras hiperespectrais acopladas a drones equipados com leitoras de RFID para monitorar e medir o sequestro de carbono de forma precisa e contínua. Os drones permitem a cobertura ampla e eficiente das áreas florestais, capturando dados detalhados em tempo real e garantindo a rastreabilidade completa.
Realizar auditorias independentes regulares dos projetos de carbono pode ajudar a identificar e corrigir problemas. As auditorias devem ser feitas por entidades sem vínculos financeiros com os projetos.
Para o manejo florestal as terras podem ser da união, quilombolas, ribeirinhos ou particulares, estes proprietários de terras cedem o direito de uso de suas propriedades para o projeto plantadas ao longo de 15 anos. Suas responsabilidades incluem um contrato de cessão de uso das terras, garantindo segurança jurídica para todas as partes envolvidas.
Os benefícios econômicos abrangem a obtenção de renda através da comercialização de frutos, sementes, resinas e madeira, para os donos de titulação das terras e após o período de manejo o recebimento de pagamentos de créditos de carbono para o integrador do projeto.
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